Por Marcio Blak
Você trabalha no varejo? Se sim, certamente tem escutado falar de NFC-e já há alguns meses. Para alinhar o conhecimento, NFC-e é Nota Fiscal ao Consumidor – eletrônica, é a nova fase em que entra a Automação Comercial no momento.
Durante os últimos 20 anos ouvimos muito falar de ECF, as famosas impressoras fiscais, que dominaram o cenário varejista Brasil a fora, porém estes controversos equipamento, mesmo ao longo do tempo, ainda traziam problemas operacionais aos lojistas. Sejam eles problemas de velocidade de atendimento, regras que atrapalhavam a operacionalização do atendimento, como muitos casos no segmento de Restauranteria, entre outras questões como a exportação da MFD nos últimos tempos.
Então, temos mais do mesmo com a entrada da NFC-e ou não ? Particularmente acredito que tenhamos novidades, podemos citar algumas delas.
Fim da “memória fiscal em hardware”, o que leva o fim das lacrações e intervenções técnicas. Quantas vezes você já teve que parar um ponto de atendimento porque seu ECF quebrou? Com a NFC-e podemos gerar os DANFES (novo nome do Cupom fiscal) em qualquer impressora de cupom, as conhecidas “não fiscais”.
Podemos ter vários checkouts ou pontos de lançamento com um único impressor de cupom (se sua operação permitir). Assim, podemos ter dois ou três checkouts, enquanto uma única impressora “cospe” os cupons, ou melhor, os DANFEs. Mas é claro que isto tudo depende do seu software!
Outra questão é a mobilidade. Os ECF precisavam estar fisicamente conectados a CPU do seu checkout, seja pela USB seja pela SERIAL, mas conectados por um cabo. Com a NFC-e, podemos usar impressoras de rede, e com isto, ter um “caixa avançado” para atendimento consultivo ao cliente, seja via tablet ou via notebook, e em futuro próximo no próprio smartphone O que agiliza e facilita muito o dia-a-dia da operação.
Em paralelo a NFC-e, digo, na mesma “onda” estão vindo as soluções em cloud. Parte para armazenar os XMLs, como custódia (ver abaixo), e já que vamos precisar de internet para a conexão, porque não oferecer sistemas de gestão em nuvem… Assim, muitos varejistas podem começar a dar seus primeiros passos na integração entre lojas, no famoso BI (business intelligence), além de muitos outros recursos, mas nada que não pudesse ter sido feito com ECF (nos tempos atuais…é claro).. mas, na onda, do “já que vai mudar…”, então criaram uma solução mais ampla.
Bom, mas nem tudo são flores. Com a NFC-e vem o advento da responsabilidade de arquivamento dos arquivos digitais, ou XMLs, de cada venda gerada. Isto faz com que você deva se preparar para ter bons computadores na loja com memória e diversos backups, ou assinar um serviço de custódia destes arquivos. Algumas empresas que estão desenvolvendo o “middleware” (ou seja, um tipo de “dll” que fala de um lado com o Fisco e do outro lado com um aplicativo) estão oferecendo serviços na nuvem (cloud) de arquivamento destes XMLs. Mas atenção, umas empresas estão querendo virar suas sócias do negócio e cobrando por transação! Abra o olho! Tem gente oferecendo como plus no pacote, sem custos “por transação”.
Você não precisa mais homologar o ECF, mas por outro lado precisa do Certificado digital (tipo A1) e também de um token (CSC) fornecido pela SEFAZ no ato do pedido. Não esqueça, sem isto, sem NFC-e.
Neste momento, você pode perguntar, mas e se a internet sair do ar ? E se o servidor do SEFAZ cair ? Então, realmente isto é um risco e você deve estar atendo a questão CONTIGÊNCIA em seu software. É permitido que seja emitida notas em modo contigência, armazenadas localmente, e sincronizadas em até 24horas com a SEFAZ. Por isto é importante que seja visto atentamente com sua software-house se o sistema contempla estes recursos, ou se você terá que baixar as portas se a internet parar. Já o sistema da SEFAZ ainda não temos dados suficientes para dizer se o mesmo é robusto o suficiente. Lembramos que quando surgiu a NF-e, diversos problemas de parada de emissão por travamento nos portais da SEFAZ ocorreram. Então, é sempre bom ficar atento.
Certamente, a NFC-e veio para melhorar, não é mais do mesmo. É novidade, mas sem bons softwares e uma boa conexão com a internet, você pode ficar “a ver navios”, então antes de migrar, um bom estudo é necessário. Fale com sua equipe de TI ou com consultores de TI para que seu planejamento seja bem feito e tudo corra bem! Senão você dará um nó em sua operação.
Entre alguns pontos, fique de olho no calendário de obrigações. Alguns estados já estão aptos ao uso como Rio de Janeiro, e outros ainda em testes, como São Paulo.
Como todo bom assunto que passa por uma regulação, e junta com tecnologia, este também é extenso e poderíamos ficar aqui por horas, então fique a vontade de fazer perguntas inbox ou via comments.
Bons negócios ! E se precisar, estamos por aqui para ajudá-lo.
Marcio Blak, CEO www.VarejoEConsultoria.com.br
Fonte: Linkedin