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AllSeenEye: Quando a inteligência artificial pode salvar vidas

AllSeenEye: Quando a inteligência artificial pode salvar vidas

9 de outubro de 2019

Brasileiros estão por trás de startup nova-iorquina que desenvolveu algoritmo que, conectado a imagens de câmeras de segurança, é capaz de identificar armas de fogo e emitir alertas em tempo real

Imagine uma tecnologia que, conectada a câmeras de segurança, consiga detectar em tempo real o porte de armas de fogo, emitindo alertas imediatos – para polícia e todo tipo de usuário – sobre local e tipo de armamento.

O programador brasileiro Nicholas Guimarães, de apenas 22 anos, não só imaginou como desenvolveu um algoritmo de inteligência artificial capaz dessa proeza: chamada de AllSeenEye, a tecnologia pode minimizar e até evitar o risco de perda de vidas em episódios criminosos e terroristas.

Nicholas é o principal nome à frente da startup Aiquimist – o nome referencia a fonética do substantivo Alchemy (alquimia, em inglês) e faz trocadilho com a sigla A.I. (artificial intelligence).

A empresa foi fundada em Nova York, por Nicholas Guimarães, Marcello Guimarães, 52 anos, e Eduardo Guimarães, 51, respectivamente tio e pai do jovem prodígio, com o objetivo de desenvolver soluções usando inteligência artificial em diversas as áreas.

Começou desenvolvendo sistemas inteligentes para a produção agrícola – Marcello e Eduardo são sócios-diretores da Mahogany Roraima, que nasceu já na posição da quarta maior produtora de mogno africano do mundo.

A Aiquimist deu uma pausa no desenvolvimento de um sistema para detectar doenças no mogno, graças à ideia de Nicholas de focar na área de segurança.

Ele a teve após conhecer sistemas de reconhecimento facial desenvolvidos por chineses, israelenses e russos e avaliar que podem ser “enganados” apenas com o uso de óculos e boné por quem não quer ser reconhecido.

“Sempre que acontece algum ato que coloca as pessoas em risco tem uma arma de fogo envolvida. Por que não desenvolver um algoritmo de reconhecimento de armas?”, questionou, antes de colocar “cérebros à obra”.

O jovem é o responsável pelo desenvolvimento e treinamento da rede neural capaz de identificar armas de fogo curtas ou longas (pistola, revólver, fuzis) a partir de filmagens de câmeras de segurança.

Segundo Nicholas, a ideia inicial é que a tecnologia do AllSeenEye seja utilizada por governos, em escolas, aeroportos, estações de trem e ônibus ou no trânsito, por exemplo. Mas empresas privadas, como agências bancárias, estádios e shoppings, também podem se beneficiar dele. “Esse projeto de armas é 100% pra proteger pessoas”, define o jovem.

A ferramenta é capaz, por exemplo, de, em caso de ataque sendo transmitido ao vivo pela internet [como o ocorrido a duas mesquitas na Nova Zelândia, em março deste ano], emitir um aviso para as redes sociais, para que interrompam a transmissão imediatamente. As redes também poderiam emitir alertas nas proximidades do ataque, para que as pessoas se afastassem do perigo.

“Em qualquer hipótese, não é uma ferramenta para caçar ninguém. É para detectar e permitir que se protejam vidas a partir de uma verificação sistemática. Ela não dorme e não para”, destaca Eduardo Guimarães, referindo-se ao fato de que o sistema garantiria uma verificação constante, dispensando a atenção humana sobre numerosas câmeras de um mesmo sistema, nas 24 horas do dia.

Revolucionários

Simular uma inteligência semelhante à humana por meio de mecanismos ou softwares é a base da inteligência artificial, apontada por futurólogos e cientistas como a grande aposta de todos os mercados para um futuro muito próximo.

Os irmãos Guimarães previram isso há muito tempo, por isso começaram a pesquisar e a trabalhar com isso em 1992, tendo desenvolvido desde então alguns programas revolucionários. Nicholas cresceu dentro desse universo e revelou desde cedo que seguiria os passos do pai e do tio. Com apenas 10 anos de idade, por exemplo, foi retratado em reportagem do programa dominical “Fantástico”, da Globo, como a criança que hackeava telefones dos colegas usando bluetooth.

O jovem logo descobriu que teria de ser um auto-didata para trabalhar com inteligência artificial, pois não há faculdade específica sobre esse tipo de programação. “Hoje a internet, graças a Deus, é quase que uma universidade. Muito do que eu aprendo é pela rede. Muitos cursos são oferecidos por grandes universidades, como o MIT [Instituto de Tecnologia de Massachusetts, onde ele fez um curso de Matemática] e Stanford”, conta o jovem.

No site oficial da startup (aiquimist.com/) também podem ser conferidos outros projetos em desenvolvimento, como o AllSeenEye SmartGlass, um óculos que permite a identificação de criminosos e suspeitos fichados por reconhecimento facial. Já o AllSeenEye Patrimony poderá identificar armas, pessoas procuradas e veículos fichados e emitir alertas via SMS ou aplicativos.

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