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ITI explica as alterações normativas em evento das Autoridades de Registro em São Paulo

ITI explica as alterações normativas em evento das Autoridades de Registro em São Paulo

11 de julho de 2019

Realizado ontem – 10 de julho – em São Paulo o Workshop Novas Regras da ICP-Brasil segundo a Resolução nº 151 aprovada pelo Comitê Gestor da ICP-Brasil em junho de 2019.

O evento que foi organizado e promovido pela AARB – Associação das Autoridades de Registro Brasileiras, em torno das alterações das normativas da ICP-Brasil reuniu mais de 400 profissionais que atuam diretamente na ICP-Brasil.

Em sua maioria os participantes eram gestores de Autoridades de Registro que vieram de várias cidades brasileiras. Também estavam presentes representantes das principais Autoridades Certificadoras.

A abertura do evento foi feita pelo presidente executivo da AARB, Edmar Araújo que saudou os presentes, agradeceu a presença do ITI e o apoio das empresas patrocinadoras.

“Estamos bastante felizes pelo evento realizado. Com efeito, o workshop para debater as novas regras da ICP-Brasil advindas da Resolução 151 alcançou seu objetivo. Em vez de colocar pontos finais nos assuntos, ele criou reticências que significam interesse pela legislação que regulamenta o Sistema Nacional de Certificação Digital”, declarou Araújo sobre o evento realizado.

Em seguida iniciou-se o painel sobre a resolução 151 sob o comando de Marcelo Buz, diretor presidente do ITI – Instituto Nacional de Tecnologia da Informação acompanhado pela equipe do ITI formada por: Ângela Maria de Oliveira – Diretora de  Auditoria, Fiscalização e Normatização; Eduardo Lacerda – Diretor de Infraestrutura de Chaves Públicas; Alexandre Machado – Procurador Chefe e Wilson Hirata – Coordenador Geral de Normatização e Pesquisa.

Marcelo Buz abriu o painel falando sobre a importância da tecnologia de Certificação Digital no atual momento do Brasil frente aos arrojados projetos do Governo Federal em relação a desburocratização do País.

Falou das relevantes iniciativas de simplificação dos processos para contribuir com o desenvolvimento econômico de empresas de todos os portes e atividades.

O governo brasileiro tem com um dos principais objetivos do projeto de digitalização prover acesso simplificado aos serviços públicos por meio eletrônico evitando a geração de documentos impressos e o deslocamento das pessoas.

Indiscutivelmente a certificação digital reúne os requisitos necessários – confidencialidade, integridade,  disponibilidade, autenticidade e não repúdio – que garantem a confiabilidade necessária às transações no meio eletrônico.

A ICP-Brasil através do seu conjunto de procedimentos reconhece a identificação digital de pessoas e empresas de forma inequívoca e com isso permite a autenticação perante à sistemas eletrônicos e registra a manifestação de vontade por meio da assinatura digital com o uso do Certificado Digital ICP-Brasil.

No entanto, Marcelo Buz deixou claro que também existem outros recursos tecnológicos que vem agregar aos serviços eletrônicos, outras formas de autenticação, que adicionam outras funcionalidades e que podem ser combinadas com o certificado digital.

A ICP-Brasil, segundo ele, não está restrita apenas ao Certificado Digital e sim representa a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira. Fazem parte da ICP-Brasil outras tecnologias como o Carimbo de Tempo, Certificado de Atributo, Biometria, Chaves Quânticas e Blockchain.

“Somos o ITI – Instituto de Tecnologia da Informação e não o ICD – Instituto de Certificação Digital, e isso muitos ainda não entenderam, diz Marcelo Buz”.

Segundo o presidente do ITI, o Brasil caminha para a digitalização e a ICP-Brasil oferece recursos para que essa digitalização seja feita de forma segura e gere evidências comprobatórias que garantem a rastreabilidade dos atos praticados em meio eletrônico.

Buz explicou que, assim como ocorre com os documentos eletrônicos assinados digitalmente que precisam seguir requisitos e padrões técnicos para serem reconhecidos como autênticos e consequentemente válidos judicialmente, as aplicações de Blockchain deveriam seguir especificações, requisitos e padrões para terem as garantias legais e, principalmente, para que seja possível a interoperabilidade entre as aplicações públicas e privadas que estão sendo criadas.

Os certificados digitais e carimbo do tempo, por exemplo, devem obedecer aos requisitos e padrões técnicos definidos pelo Comitê Gestor da ICP-Brasil formado por representantes de organizações públicas e privadas, apoiados pelo COTEC –  fórum técnico que oferece subsídios para tomada de decisões do Comitê Gestor.

Buz alertou as Autoridades de Registro quanto a responsabilidade da disseminação do uso dos certificados digitais além da Receita Federal para cumprir os compromissos fiscais.

“No momento em que vocês – Autoridades de Registro – entregam o certificado digital, não podem abrir mão da oportunidade que têm para informar que o certificado digital deve ficar com seu titular para poder ser utilizado em diversos serviços eletrônicos públicos ou privados. Também precisam comunicar que o mesmo certificado utilizado para autenticação nos sites do governo também assina documentos eletrônicos com valor legal substituindo o reconhecimento de firma e economizando deslocamentos etc…”, diz o presidente do ITI.

“Estamos preparando no ITI uma relação com cerca de 190 serviços públicos que utilizam o Certificado Digital.  Divulgaremos isso em breve e vocês devem divulgar isso para seus clientes. Precisamos recuperar 18 anos em que deixamos que se concretizasse a ideia de que o Certificado Digital é caro”. 

Sobre isso Buz argumentou que o mercado de certificação digital precisa trabalhar em duas frentes, uma mostrar o valor do certificado digital apresentando outras formas de utilização e em outra frente reduzir os custos e consequentemente os preços.

“Nós já fizemos boa parte do nosso trabalho para a redução de custos com a simplificação dos processos contemplados nas alterações publicadas na resolução 151, agora é com vocês!

Buz disse que tem como meta colocar um certificado digital nas mãos de cada brasileiro economicamente ativo e isso significaria quintuplicar o número de certificados digitais que hoje são cerca de 8 milhões e 300 mil certificados válidos, mas reforçou que para virem novas demandas, os preços precisam ser reduzidos.

Durante o dia a equipe técnica do ITI seguiu explicando cada alteração da resolução 151 e em seguida os participantes apresentavam suas dúvidas.

Eduardo Lacerda abriu sua apresentação falando da importância desse tipo de encontro promovido pela a AARB em torno da ICP-Brasil.

Nós do ITI estamos procurando estar mais fora do ITI. Hoje estamos mais presentes na esplanada dos ministérios e mais próximos as ACs e ARs. Isso nos aproxima do mercado e suas necessidades”, disse o diretor.

Sobre a tão temida e comentada “competitividade” de outras tecnologias com o Certificado Digital ele disse: “As novas tecnologias resolvem muitas coisas, mas deixam de resolver outras tantas”.

Segundo o diretor de infraestrutura de Chaves Públicas as tecnologias devem ser entendidas como complementares. Também reforçou o que o presidente Buz tinha falado sobre a percepção de valor do certificado digital e afirmou que isso só será revertido a medida que as pessoas tiverem conhecimento de outras formas de utilizar seus certificados digitais e realmente utilizarem.

Quanto a simplificação dos processos Eduardo Lacerda disse que as Autoridades de Registro devem cobrar as suas ACs – Autoridades Certificadoras – mais rapidez na implementação dos novos procedimentos e ao contar que semana passada emitiu um certificado digital apresentando no momento da validação apenas seu documento digital e sua biometria surpreendeu a maioria dos presentes ao evento que desconheciam a possibilidade desse procedimento.

“Esse procedimento já está previsto há pelo menos 2 anos e consta nos documentos normativos da ICP-Brasil publicados no site do ITI”, explicou Lacerda.

“Vocês não falam com seus clientes antes da validação para confirmar o agendamento? Aproveitem e gastem uns minutos a mais estimulando-os a baixarem documentos eletrônicos como a CNH Digital para facilitar a validação”, complementou Marcelo Buz.

Porém a adoção desse procedimento não é tão simples assim, porque as Autoridades Certificadoras precisam preparar seus sistemas para arquivamento dos documentos eletrônicos que farão parte do dossiê eletrônico que é vinculado a cada certificado digital emitido e também preparar e aprovar junto ao ITI suas políticas de certificação prevendo esse tipo de validação segundo nos informou o representante de uma das ACs presentes ao evento.

Foi muito enfatizado pelos técnicos do ITI a necessidade das ARs prepararem melhor seus agentes de registro. Eles precisam receber mais treinamentos para transmitirem mais informações aos clientes e para isso têm que conhecer melhor as funcionalidades do certificado digital, ter ciência da infraestrutura em que estão inseridos e ter noção de tecnologias complementares como carimbo do tempo, certificado de atributo, assinatura em documentos eletrônicos etc..

Outra questão levantada foi em relação a velha celeuma se o certificado digital é produto ou serviço. O procurador geral, Alexandre Machado explicou que isso não seria matéria para o ITI se posicionar pois trata-se de uma matéria fiscal do âmbito dos municípios e estados brasileiros, mas depois de muita discussão entre os presentes o presidente se comprometeu  e submeter ao Comitê Gestou da ICP-Brasil essa questão. No entanto alertou que é prudente que se aguarde a definição da questão tributária em relação aos produtos de informática.

Nos momentos finais Marcelo Buz apresentou o SINAID – Sistema Nacional de Assinatura e Identificação Digital. A Criação do SINAID é o próximo passo do ITI.

O SINAID terá que ser aprovado por uma nova Medida Provisória em substituição a MP 2.200-02 de 2001. Resumidamente o SINAID prevê uma série de alterações na MP vigente em virtude do surgimento de novas tecnologias de identificação digital, possíveis alterações dos algoritmos e protocolos de segurança da informação, da evolução da tecnologia periférica a ICP-Brasil e as alterações de normas de regulamentações como exemplo podemos citar o Marco Civil e a LGPD – Lei Geral de proteção de dados.

O ITI vai divulgar em breve um resumo do que foi apresentado durante o workshop da AARB.

O Workshop da AARB contou com o apoio institucional das seguintes organizações: ITI, ANCD, Crypto ID, Insania Publicidade, ABRID e SPC e com o patrocínio das empresas: AC LINK, Certifica Minas, Serasa Experian, Soluti, Valid Certificadora, Online Certificadora, Certisign Certificação Digital, E-GAC e IDEMIA.

Nós do Crypto ID, nos sentimos extremante gratificados por termos apoiado um dos eventos mais produtivos em torno da ICP-Brasil dos últimos tempos.

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