A explosão mundial da Biometria
Nunca se falou tanto em reconhecimento biométrico automatizado de indivíduos com base em suas características biológicas e comportamentais
Por Regina Tupinambá
Acompanho há muitos anos o mercado de identificação digital e nunca se falou tanto em reconhecimento biométrico.
Sistemas tecnológicos utilizam por meio da Biometria atributos identificáveis de pessoas para identificação e autenticação em meio eletrônico.
Existem variados tipos de traços biométricos que identificam pessoas por meio da impressão digital, reconhecimento facial, impressão da mão, por voz, assinatura manuscrita, modo de andar, de digitar, de mexer com o mouse e muitas outras características pessoais que podem ser usadas para validar a identidade.
Biometria e Características Biométricas
Biometria: Características biológicas e comportamentais.
Característica Biométrica: Característica biológica e comportamental de um indivíduo a partir da qual características biométricas distinguíveis e repetíveis podem ser extraídas para fins de reconhecimento biométrico.
Tipos de Biometria
Aqui estão apresentados apenas alguns
Químico
Correspondência de DNA – A identificação de um indivíduo usando a análise de segmentos do DNA.
Visual
Orelha. A identificação de um indivíduo usando a forma da orelha. Sim, isso existe!
Olhos – Reconhecimento da Íris. O uso dos recursos encontrados na íris para identificar um indivíduo. O preferido por diretores de cinema!
Olhos – Reconhecimento de Retina. O uso de padrões de veias na parte de trás do olho para obter reconhecimento.
Reconhecimento Facial – Análise de características faciais ou padrões para a autenticação ou reconhecimento da identidade de um indivíduo. A maioria dos sistemas de reconhecimento facial usa autofunções ou análise de recursos locais.
Reconhecimento de impressão digital – O uso dos sulcos e vales (minúcias) encontrados nas pontas da superfície de um dedo humano para identificar um indivíduo.
Visual / Comportamental
Reconhecimento de assinatura – A autenticação de um indivíduo pela análise do estilo de escrita, em particular a assinatura.
Existem dois tipos principais de autenticação de assinatura manuscrita digital, estática e dinâmica.
Estática é na maioria das vezes uma comparação visual entre uma assinatura digitalizada e outra assinatura digitalizada, ou uma assinatura digitalizada contra uma assinatura de tinta. A tecnologia está disponível para verificar duas assinaturas digitalizadas usando algoritmos avançados.
A dinâmica está se tornando mais popular à medida que os dados da cerimônia são capturados junto com as coordenadas X, Y, T e P do signor do dispositivo de assinatura.
É mais do que uma simples imagem, contendo variáveis comportamentais, como pressão, velocidade e movimentos aéreos.
Esses dados podem ser utilizados em um tribunal usando ferramentas de exame forense digital e para criar um modelo biométrico a partir do qual as assinaturas dinâmicas podem ser autenticadas no momento da assinatura ou pós-assinatura e como acionadores nos processos de fluxo de trabalho.
Visual/Espacial
Reconhecimento de geometria de dedo – O uso da geometria 3D do dedo para determinar a identidade.
Reconhecimento de geometria de mão – O uso das características geométricas da mão, como o comprimento dos dedos e a largura da mão, para identificar um indivíduo.
Comportamental
Andar – O uso de um estilo de andar dos indivíduos para determinar a identidade.
Reconhecimento de Digitação – O uso das características únicas de uma pessoa digitando para estabelecer identidade.
Olfativo
Odor – O uso de um odor individual para determinar a identidade.
Veia
Reconhecimento da veia – O reconhecimento de veias é um tipo de biometria que pode ser usada para identificar indivíduos com base nos padrões das veias do dedo ou da palma da mão humana.
Auditivo
Identificação por voz
1: N – A identificação é a tarefa de determinar a identidade de um interlocutor. A identificação de quem fala é uma correspondência de 1: N (muitos) em que a voz é comparada com N modelos.
Em aplicações forenses, é comum primeiro realizar um processo de identificação de orador para criar uma lista de “melhores correspondências” e depois executar uma série de processos de verificação para determinar uma correspondência conclusiva.
1:1 – O uso da voz como um método para determinar a identidade de um indivíduo ao falar para controle de acesso. Se o locutor alega ter uma certa identidade e a voz é usada para verificar essa reivindicação. A verificação é uma correspondência de 1:1 em que a voz de da pessoa corresponde a um modelo (também chamado de “impressão de voz” ou “modelo de voz”).
Para que utilizamos a Biometria?
A biometria é utilizada para muitos fins e os mais populares são: acessos a computadores e sistemas, acessos físicos a locais como prédios comerciais, academias, hospitais e ainda autenticações em ATMs – Automated Teller Machine, caixas eletrônicos como chamamos no Brasil.
O mercado
O mercado do reconhecimento facial deve registrar aumento de 21,3% até 2022 e veja o que a CEO do Biometrics Institute – Isabelle Moeller – fala sobre a Indústria da Biometria.
Biometria e os eventos
Muitos dos tradicionais eventos de tecnologia incluíram a trilha sobre Biometria em seus programas onde são difundidos padrões internacionais – ISO / IEC JTC 1 / SC 37 -, segurança dos dados coletados e questões normativas e éticas.
Foram fundadas na última década muitas organizações em torno da identificação digital por meio da Biometria o que impulsiona eventos regionais e internacionais específicos sobre o tema.
A coleta de forma involuntária
Mundialmente sistemas para a identificação da população, por meio de suas características biométricas, estão sendo implantados e as características biométricas da população estão sendo coletadas, armazenadas e distribuídas independentemente da vontade e permissão dos indivíduos. Essa coleta involuntária está levando o tema biometria a verdadeiros campos de batalha.
Há uma corrente que critica fortemente o uso dos dados biométricos por empresas e governos por que consideram que essa coleta sem autorização prévia fere a ética em relação a privacidade e desrespeita os direitos humanos.
Por outro lado, empresas defendem o uso da biometria com o objetivo de enriquecer a experiência do cliente e por facilitar a rotina de acessos aos seus escritórios, fabricas e lojas.
Simplificadamente, os governos defendem o uso da biometria como forma de reduzir despesas com identificação da população, combater fraudes e resguardar o cidadão de bem. É o caso da identificação de pessoas que já tenham cometido crimes ou delitos que entram no radar da polícia para serem capturadas ou simplesmente monitoradas.
Os governos também utilizam a biometria para controle de fraudes em transportes e em outros serviços públicos, na gestão de programas sociais e no controle de imigração.
Também a biometria é considerada internacionalmente como uma ferramenta valiosa aplicada em estratégias do combate ao crime de terrorismo.
Biometria no combate ao terrorismo
Em 2005 foi criada uma Força Tarefa de Implementação Antiterrorista (CTITF) endossada pelas Nações Unidas.
Em 23 de fevereiro de 2018, o Secretário-Geral assinou o novo Pacto Global de Combate ao Terrorismo das Nações Unidas: Acordo de Coordenação Global contra o Terrorismo das Nações Unidas.
Foi recente que aconteceu a primeira reunião do Comité Mundial Antiterrorismo das Nações Unidas, realizada dia 6 de dezembro de 2018 em Nova Iorque.
O Instituto inglês Biometrics Institute produziu o documento intitulado: Compêndio de Práticas Recomendadas para o Uso Responsável e Compartilhamento de Biometria no Combate ao Terrorismo, para colaborar com a Força-tarefa das Nações Unidas, publicado em junho de 2018.
É um documento vivo que será adaptado para futuras mudanças tanto na tecnologia biométrica quanto na ameaça do terrorismo. O objetivo agora é fortalecer a conscientização, o conhecimento e as capacidades por meio de workshops específicos realizado por organizações inglesas e internacionais a exemplo do que ocorreu em Londres no último sábado, 15 de fevereiro de 2019.
E a China?
A China é reconhecida como um dos principais polos de exportação de tecnologia de identificação digital biométrica principalmente aplicada em aglomerações de pessoas, mas ao pesquisarmos um pouco – Veja a coluna sobre biometria do Crypto ID – encontramos muitos casos de sucesso em outros países além da China, incluindo o Brasil.
A coluna biometria do CRYPTO ID difunde conhecimento, casos de sucesso e estudos que retratam os avanços do uso da biometria.
Brasil!
Aqui no Brasil utilizamos a biometria em alta escala em setores públicos e privados.
A biometria é utilizada em aeroportos, em ônibus e em outros serviços para facilitar rotinas e automatizar processos.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é um excelente exemplo da expansão do uso da biometria junto a população brasileira aplicada para a identificação dos eleitores.
Ainda no setor público, o Serpro lançou vários aplicativos com o uso da biometria para atender diretamente os cidadãos e empresas públicas e privadas que utilizam as aplicações para complementarem suas soluções de negócios.
No setor privado os bancos popularizaram o uso da biometria entre a população levando a tecnologia praticamente a todos os municípios brasileiros com a autenticação nos caixas eletrônicos.
A identificação biométrica é um dos requisitos que garantem a segurança no ato da emissão do certificado digital.
São credenciados pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação – ITI entidades denominadas de PSBio que se destinam à identificação biométrica dos titulares de certificado digital, tornando um registro/requerente único em um banco de dados biométrico para toda ICP-Brasil.
O que vem por ai?
Ainda há muito a ser descoberto e desenvolvido com o uso das características biométricas das pessoas e também haverá muitos debates no campo de regulamentações sobre a coleta, armazenamento, guarda, revalidações, garantias de privacidade, proteção de dados etc.
Assim como tantas outras tecnologias aplicadas à sociedade, seja de forma individualizada ou coletiva, o uso da nova tecnologia regulará o mercado.
As regulações surgirão a seu tempo assim como ocorre agora com a Proteção de Dados.
A GDPR, que é regulação da União Europeia serviu de norte para a regulação sobre o tema em outros países como a LGDP – Lei Geral de Proteção de Dados Brasileira.
Estamos apenas no começo disso tudo!
O Crypto ID como o maior portal de identificação digital brasileiro além de ser uma referência em Certificação Digital e Documentos Eletrônicos com validade jurídica se tornou também uma valiosa fonte de consulta sobre Biometria. Sendo assim, buscamos informações sobre novas aplicações com o uso de biometria, sobre eventos relacionados ao tema e casos de sucesso.
Compartilhe conosco seus conhecimentos e casos de sucesso! Entre em contato com a gente. [recacao@cryptoid.com.br]
*Regina Tupinambá | CCO – Chief Content Officer – Crypto ID. Publicitária formada pela PUC Rio, desde 1995 se dedica ao comércio eletrônico e em 1999 entrou para o universo da Certificação Digital. Dirigiu diversas áreas da Autoridade Certificadora Certisign entre elas: Marketing, Comercial, Produtos, Treinamentos, Suporte Técnico, Licitações e SAC. Desenvolveu o mercado de SSL no Brasil e criou o mais completo programa de cursos sobre Certificação Digital. No âmbito da ICP-Brasil acompanhou a criação da AC Raiz, e participou diretamente da homologação de muitas Autoridades Certificadoras e Autoridades de Registro. É CEO da Insania Publicidade e como CCO do Portal CryptoID, dirige a área de conteúdo do Portal.
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