Relatório europeu alerta sobre violação dos direitos humanos na internet
28 de janeiro de 2015O principal órgão superior de direitos europeus divulgou essa semana um relatório de 32 páginas que alerta a população a respeito de “arrastões” digitais criados por agências de inteligência dos Estados Unidos, e que teoricamente colocam em risco os direitos humanos fundamentais como a privacidade, liberdade de informação e expressão, liberdade de religião e direito a um julgamento justo.
Edward Snowden, denunciante da Agência Nacional de Segurança prestou depoimento a comissão europeia em 2014 e revelou que algumas agências de inteligência do governo norte americano espionou ONGs e organizações de direitos humanos.
O documento também expressa a profunda preocupação da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (PACE) com as ameaças à segurança na internet, mais precisamente a ação de algumas agências de inteligências americanas que criam outras portas de acesso à informações, que poderiam ser usadas facilmente por hackers e cybercriminosos.
Além da questão de segurança, a PACE apontou também alerta a práticas de estruturas anti-democráticas como o uso de leis secretas que permitiriam a vigilância da população online.
O relatório foi divulgado apenas alguns dias após um pronunciamento do primeiro ministro britânico que posicionou-se contra a implementação de criptografia forte, com o argumento de que as agências de segurança nacional devem ter acesso a todas as comunicações digitais.
Entenda o caso…
Em vários países, um complexo de vigilância Industrial maciça evoluiu estimulado pela cultura das operações de vigilância secretas que envolvem caráter altamente técnico e difícil avaliação de custo benefício e gravidade das supostas ameaças, que não necessariamente dependem dos próprios grupos interessados.
Estas estruturas poderosas correm o risco de escapar ao controle democrático e ameaçam o caráter livre e aberto das nossas sociedades.
Para burlar as leis de privacidades nacionais, um suposto grupo de países (EUA, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia) estariam compartilhando dados estrangeiros entre eles, uma vez que os diretos de privacidade se aplicariam apenas aos indivíduos de nacionalidade correspondente.
Apesar das alegações duras, a PACE afirma que seu relatório não é anti-vigilância, apenas defende uma vigilância eficaz e orientada voltada para suspeitos específicos.