Quando os estudantes do curso de Ciência da Computação da Universidade de Brasília, José Luiz Brandão, Luciano Coelho e Rodrigo Sodré, iniciaram o ano de 1997, não tinham noção do que estaria por vir.
Foi ao cursar a disciplina de “Segurança de Dados”, no primeiro semestre daquele ano, que eles tiveram as primeiras noções de criptografia.
A ementa do curso teve como base o famoso livro “Applied Cryptography” do consagrado criptólogo americano Bruce Schneier. Apesar de se chamar “Segurança de Dados”, o curso era basicamente sobre conceitos, protocolos e algoritmos de criptografia.
O interesse pelo tema foi tão grande, que os estudantes resolveram se juntar e elaborar algum projeto relacionado à criptografia. Por sugestão de Luciano Coelho, ficou decidido que seria feita a primeira implementação nacional do protocolo SSL (Secure Socket Layer). Na época, o protocolo mais conhecido do SSL era o SSLeay, que depois veio a se chamar OpenSSL. Ele era desenvolvido em linguagem C e não se conheciam muitas implementações em linguagem Java. Existia a dúvida se seria melhor desenvolver o software em plataforma C, como o SSLeay, ou seria melhor fazê-lo em Java. A linguagem Java era muito recente, lançada pela empresa Sun Microsystems em 1995 e ainda era incerta a sua continuidade e adoção pelo mercado.
Enquanto a linguagem C era muito conhecida e consolidada, mas pouco utilizada no mercado comercial por ser mais complexa de se utilizar. A opção pelo Java, apesar de arriscada, acabou por ser certeira. A tecnologia Java explodiu nos anos seguintes sendo adotada por milhões de desenvolvedores ao redor do mundo.
Em meados do ano de 1998, foi apresentada no meio acadêmico a primeira versão do produto, na época chamado de J128, uma alusão à criptografia de 128 bits considerada bastante segura na época e proibida de exportação pelas empresas americanas. O próprio Java, só possuía criptografia de 40 bits nas versões exportadas para fora dos Estados Unidos e Canadá.
Quando lançado, o J128 possuía todo um conjunto de funcionalidades de criptografia com chaves fortes e tinha como estrela o protocolo SSL. Já na primeira versão, o J128 possuía funcionalidades de Certificação Digital, até então pouco conhecida do público em geral.
Após se formarem na Universidade, em Agosto de 1998, existia entre os amigos um sonho de transformar esse projeto acadêmico em uma empresa que pudesse levar essa tecnologia para o meio comercial. Foi então que surgiu o projeto GENETI, que com apoio do SOFTEX, criou uma incubadora de empresas de TI dentro do Departamento de Ciências da Computação da Universidade de Brasília. Os sócios entraram no projeto e conseguiram apoio para continuar desenvolvendo o produto.
Os anos de 1999 a 2000 foram dedicados à evolução do produto criando cada vez mais funcionalidades no J128. Nesse momento, cada um tinha o seu emprego na iniciativa privada e durante a noite e finais de semana se dedicavam ao negócio.
Os sócios perceberam que não tinha condições de fazer o negócio prosperar sem uma dedicação exclusiva. Foi no ano de 2000, que todos decidiram largar seus empregos para se dedicarem ao negócio. A pessoa jurídica E-SEC já existia desde 1999, mas não faturava nada até aquele momento. No dia 1º de novembro de 2000, todos os sócios já estavam 100% dedicados ao negócio. Em dezembro daquele ano veio o primeiro contrato para desenvolver um software de criptografia para a Secretaria de Inteligência da Aeronáutica.
O ano de 2001, foi o primeiro da E-SEC como um negócio de fato, com cliente e com faturamento. Ainda em 2001 a E-SEC foi contratada por um grupo de empreendedores visionários, do meio notarial, para desenvolver um projeto que levasse o segmento de cartórios ao mundo digital. A certificação digital foi à tecnologia escolhida para permitir a segurança jurídica das assinaturas digitais dos documentos notariais.
Em junho de 2001, quando foi publicada a primeira versão da MP 2.200, que instituiu a ICP-Brasil, a Digitrust Certificadora Notarial S/A já estava com seu projeto em andamento. Enquanto a E-SEC cuidava do desenvolvimento dos softwares, uma sala cofre era construída na cidade de Goiânia para servir como Data Center para a Autoridade Certificadora Notarial que viria a ser inaugura em outubro de 2003. Quando foram publicadas as primeiras resoluções do ICP-Brasil no final de 2001, percebeu-se que toda a estratégica elaborada pela E-SEC para o projeto da Digitrust estava perfeitamente alinhado com as normas brasileiras para a certificação digital.
De 2002 a 2005, a E-SEC desenvolveu diversos projetos em todos os segmentos de mercado utilizando a criptografia e a certificação digital como base para o fornecimento dos seus serviços.
No ano de 2005, a E-SEC lança ao mercado o EVO-SDK, novo nome do projeto J128, agora uma biblioteca de classes e componentes de criptografia e certificação digital completa e robusta. O EVO-SDK veio a se juntar ao EVO-CMS solução em software para gerencia completa de uma Autoridade Certificadora.
Nos anos seguintes o EVO-SDK se tornou referência de produto para certificação digital. Entre 2005 e 2014 foram dezenas de projetos em todo o Brasil que implantaram o uso da Certificação Digital em suas organizações através do produto. Muitas ideias criadas pela E-SEC no EVO-SDK foram copiadas por outras soluções semelhantes comerciais e não comerciais.
Em 2014, a E-SEC, mais uma vez foi pioneira ao lançar o Certillion, uma plataforma de software que facilita a integração e utilização do Certificado Digital, revolucionando a forma com as pessoas compram e usam essa tecnologia. Como o Certillion as pessoas podem assinar documentos em diversos ambientes como smartphones, tablets, estações de trabalho e servidores.
Hoje a E-SEC é referência em soluções de software para criptografia e certificação digital. É uma empresa em constante evolução sempre procurando trazer mais produtos para atender as necessidades do mercado.