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Chile propõe que a gestão digitalizada vire regra nos tribunais

20 de agosto de 2010
Chile propõe maior capacitação de magistrados, gestão digitalizada e plano estratégico de comunicação
A delegação do Chile que apresentou o diagnóstico sobre transparência e prestação de contas no país propôs uma série de iniciativas para a construção de uma nova relação da Justiça com a sociedade. O estudo, apresentado pelo ministro Roberto Contreras e pelo consultor Alex Saraiva Molina, identificou os principais obstáculos que dificultam a disseminação de informações sobre a Justiça.
Tal como no caso brasileiro, o estudo chileno demonstrou haver certa “inércia” por parte da sociedade na busca de informações sobre o Judiciário. Segundo Alex Molina, a maior parte da população não tem muita noção sobre os processos de reforma do sistema judicial realizados nas duas últimas décadas. “A ideia de Justiça ainda é muito associada à ineficiência e à corrupção. Não chegaram aos cidadãos os grandes avanços empreendidos nos últimos anos”, explica.
Entre as propostas apresentadas pelos chilenos está a de melhor capacitação de magistrados e operadores de Direito para o tema da transparência. “Os juízes devem ter consciência do seu papel na sociedade moderna e, por isso, devem ter formação permanente sobre a importância de a Justiça ser transparente. Os magistrados devem comandar este processo, ser mais pró-ativos. Só assim a questão da transparência se tornará um valor intrínseco à cultura chilena”, diz o magistrado Roberto Contreras.
Outra proposta dos chilenos é a incorporação da tecnologia em todas as fases dos processos judiciais. “A gestão digitalizada deve virar regra nos tribunais”, afirma Molina. Além disso, a apresentação deu grande importância à questão da difusão das informações – não apenas de resultados de processos judiciais, mas também de informações sobre a administração em si dos tribunais.
Os chilenos deverão empreender um grande Plano Estratégico de Comunicação, que leve as informações do Judiciário a toda a população. “Devemos chegar a todo tipo de comunidade. Para isso, temos de saber quais informações são realmente úteis para a população e qual tipo de linguagem vai tornar esta comunicação mais efetiva”, avalia Contreras.
Para o magistrado chileno, os tribunais têm de aprender a lidar com vários tipos de público interessados nas atividades da Justiça. “Antes, apenas as partes e os advogados eram tratados como interessados. Agora, as universidades, os organismos internacionais, os escritórios e as comunidades têm uma demanda grande por informações acerca das atividades da Justiça”, afirma.
Fonte:STJNoticias
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