Bancos estimam investir R$ 47,4 bilhões em tecnologia em 2024, revela pesquisa Febraban
19 de abril de 20241º volume da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2024, realizada pela Deloitte, mostra que montante investido dobrou em oito anos; prioridades são experiência do cliente, inovações tecnológicas e customização de soluções
O orçamento total dos bancos brasileiros destinados à tecnologia, englobando despesas e investimentos, deverá atingir, neste ano, R$ 47,4 bilhões. É o que revela a 1ª etapa da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2024, realizada pela Deloitte, maior organização de serviços profissionais do mundo. A estimativa foi calculada com base nos valores indicados pelos bancos participantes. A pesquisa mostra que os bancos dobraram seus investimentos anuais em tecnologia em um período de oito anos, passando de R$ 19,1 bilhões, em 2015, para R$ 39 bilhões apurados no ano passado, alta de 104%.
A segurança cibernética é prioridade estratégica para 100% dos bancos entrevistados. Para este ano, as instituições destacaram que o foco de investimentos está centrado em arquitetura, infraestrutura e ferramentas especializadas em estratégias para detecção e resposta a ameaças cibernéticas, gestão de identidades e acessos, treinamento e conscientização dos colaboradores, cloud security, testes de invasão e criptografia dos dados e informações.
Outras tecnologias são Cloud, Inteligência Artificial, Blockchain e Drex (projeto de moeda digital do Banco Central), além da Computação Quântica.
“A indústria brasileira é protagonista do que há de mais inovador em tecnologia bancária e os investimentos feitos pelos bancos ao longo dos anos comprovam o empenho que as instituições têm em trazer anualmente novidades, experiência personalizada para os nossos clientes e 100% de segurança nas operações financeiras do dia a dia”, avalia Rodrigo Mulinari, diretor responsável pela Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária.
Prioridades para 2024
Os bancos estão comprometidos com uma agenda de transformação contínua. Neste ano, irão priorizar os temas: Experiência do cliente (83%), Inovações tecnológicas (71%), Personalização de produtos e serviços (63%), Segurança e privacidade de ponta (58%), Responsabilidade social e sustentabilidade (54%) e Ofertas integradas de ecossistema (54%). Essa abordagem visa promover maior integração entre tecnologia e negócios, resultando em soluções que superem as expectativas dos clientes, em um mercado em constante evolução.
“A pandemia acelerou o processo de digitalização da tecnologia bancária, juntamente com o nascimento do Pix, a implementação do Open Finance e, no momento, a chegada do Drex, resultando em uma maior oferta de produtos e serviços para nosso cliente. Tudo isto reflete nestas prioridades dos bancos para explorar novos formatos de atendimento e busca por excelência operacional”, complementa Rodrigo Mulinari.
Força de Trabalho
A relevância da TI na indústria bancária também se reflete na proporção de profissionais desta área, que hoje somam 45,3 mil, um aumento de 22% no total de colaboradores em relação à edição anterior. Deste total, a maior parte dos profissionais de TI é composta por desenvolvedores (39%).
Segundo a pesquisa, em 2024 deverão ser investidos R$ 2,98 bilhões em infraestrutura e soluções tecnológicas que melhorem a experiência de trabalho dos profissionais. Esses investimentos não apenas promovem o engajamento e a mudança da cultura organizacional, como também viabilizam as aspirações pessoais e profissionais dos colaboradores.
Ainda para 2024, a intenção de 56% dos bancos é aumentar, a uma taxa média de 28%, a quantidade de profissionais atuando na área de TI, podendo chegar a 54,1 mil pessoas. Dentre as profissões mais demandadas, estão desenvolvedores, especialistas em segurança da informação, cientistas e engenheiros de dados, e especialistas em metodologias ágeis.
IA adaptável e customizável
A Inteligência Artificial, especialmente a generativa (GenAI), que vem sendo utilizada por 54% dos bancos, revela-se altamente adaptável e customizável às necessidades específicas de cada área de negócio das instituições. “Esta tecnologia tem o potencial de impulsionar a inovação e a produtividade, além de estimular a eficiência. A pesquisa indicou que, para os bancos que já implementaram a IA, a eficiência dos processos bancários se elevou a uma taxa média de 11%”, comenta Sergio Biagini, sócio-líder da Deloitte para a Indústria de Serviços Financeiros.
– Entre as aplicações de Inteligência Artificial utilizadas pelos bancos estão: biometria facial (75%), chatbot (71%), RPA (67%), IA Generativa (54%) e Inteligência Cognitiva (25%).
Em relação à expectativa de adesão à iniciativa de Open Finance, os bancos continuam trabalhando para oferecer novos produtos e serviços em relação ao ecossistema e os bancos pretendem atingir de 6% a 20% de aderência de sua base ativa até o final de 2024.
“Com a necessidade de buscar um posicionamento cada vez mais relevante rumo à diferenciação, os bancos podem se utilizar do movimento do Open Finance para ampliar os dados e o conhecimento sobre seus clientes. Com o uso de tecnologias como IA e GenAI, as informações podem ser exploradas com maior eficiência e assertividade, com o objetivo de personalizar o relacionamento com os clientes”, conclui Sergio Biagini.
Mais resultados
– 79% dos bancos pretendem aumentar seus investimentos em Cloud neste ano
– Investimentos em treinamentos para a formação de times ágeis cresceram 135% e os profissionais treinados, 14%
– Atualmente, 82% dos bancos oferecem soluções de finanças sustentáveis a seus clientes
Sobre a Pesquisa
Na primeira etapa, a coleta de dados foi realizada entre novembro de 2023 e março de 2024, por meio de formulário eletrônico e entrevistas em profundidade com líderes de tecnologia. Vinte e quatro bancos responderam os formulários qualitativo e quantitativo, o que representa 81% dos ativos da indústria bancária no País.
Já em relação às entrevistas, foram concedidas por 27 executivos atuantes na área de tecnologia bancária. A análise dos resultados foi realizada a partir dos depoimentos individuais dos executivos, os quais se consolidaram em uma única narrativa que representa o setor. Para complementar, foram incluídas informações de dados públicos e de pesquisas da Deloitte.
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